SADI CORRÊA DESCRIÇÃO DO BLOG

ESTE BLOG TEM COMO FINALIDADE MOSTRAR ALGUMAS LINHAS DE PENSAMENTO E ALGUNS TRABALHOS REALIZADOS PELO NOSSO SINDICATO(27 NÚCLEO DO CPERS DE TRÊS PASSOS), BEM COMO MOSTRAR ALGUNS DOS TRABALHOS DO NOSSO GRUPO MUSICAL LOKA SEDUÇÃO DE MIRAGUAÍ-RS.




segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A IMPORTÂNCIA PARA REFLETIRMOS SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL




“A História é a ciência do dia a dia. Está intimamente ligada ao desenvolvimento social, e conhecê-la não é um ato de esnobação intelectual, mas uma necessidade para aqueles que desejam formar um espírito crítico e adquirir consciência das suas possibilidades.”

Gritos, euforia, sentimento nacionalista e plena liberdade. Será que a nação conquistou sua autonomia no dia 7 de setembro de 1822? A tão sonhada independência do Brasil aconteceu nesse dia e pretendeu levar milhões de brasileiros ao destino da liberdade de expressão, bem como ao desprendimento de uma escravidão desenfreada e dependência socioeconômica. O dia da independência foi baseado no esteio político, por meio do qual D. Pedro I posicionou-se às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, e, em seu tom mais ufano, exclamou ‘Independência ou Morte!’.
O Brasil era a única colônia portuguesa. Durante o período inicial, houve a implantação de um modelo econômico para viabilizar a produção açucareira, denominado Plantation, fundamentado no latifúndio e na monocultura. “Foi justamente este sistema social e econômico, aliado à escravidão, à monocultura agroexportadora e ao latifúndio, que permaneceu, mesmo após a independência do País”.
A independência viria à tona, mais dia ou menos dia, uma vez que já havia uma cultura nacionalista enraizada nos brasileiros, como também, fatores ligados à religião e à língua. “D. Pedro seria coroado Imperador para servir como instrumento político, pois asseguraria, exclusivamente, os interesses das elites”. A nação brasileira, foi uma das últimas a proclamar a independência - os EUA colocaram-se em primeiro lugar, em 1776.
A partir da independência, não se registrava nenhum progresso de ordem econômica importante. Era o momento em que saíamos de uma esfera de influência portuguesa e entrávamos na inglesa, que deteria o monopólio de comércio no Brasil.
A emancipação política do Brasil não trouxe nenhuma alteração na estrutura social. A enorme população de escravos e de homens livres não proprietários, dispersa pelo Brasil e distante dos principais centros, permaneceu absolutamente indiferente à independência. Entretanto, nos centros urbanos do sul, em especial no Rio de janeiro, a massa popular aderiu, em várias ocasiões, aos impulsos revolucionários, mas foi prontamente esmagada por José Bonifácio.
O Sete de Setembro somente começou a ser feriado nacional oficial a partir do Decreto nº 1285 de 30 de novembro de 1853 quando se inicia o processo de montagem do imaginário coletivo sobre a independência num país tão pobre de ícones cívicos, tanto monárquicos quanto republicanos.
Hoje ainda devemos lutar para que a independência aconteça de fato. Ela É um processo inacabado, isto é, sempre está em construção. São necessários investimentos em recursos humanos, e, principalmente, na educação. Precisamos de governantes que estejam dispostos a enfrentar fases coloniais que ainda persistem, como favelização, marginalidade, a desvalorização de certas classes sociais e a falta de inclusão social.
Que neste sete de setembro não seja apenas um dia festivo para comemorar algo “arranjado” pela elite, que foi chamado de independência, mas que seja um dia de reflexão ao que ainda temos que modificar e criar novas estruturas políticas e sociais, que todo o povo seja de fato protagonista de um país sem injustiças sociais e atuantes da globalização da solidariedade e igualdade entre os povos inseridos neste imenso país.

Portanto, para ser patriota, não basta apenas saber cantar o Hino Nacional com a mão no peito e marchar no dia da independência, mas sim participar de todos os atos de construção de um melhor mundo entre os cidadãos atuando desde cedo na sua comunidade, na igreja, na escola, nos movimentos sociais, nos sindicatos, etc.
O que mais queremos é a Independência não só do Brasil, mas, sobretudo das classes sociais através do exercício da igualdade.
SADI CORRÊA – PROFESSOR DE HISTÓRIA DO I.E.E. FAGUNDES VARELA DE MIRAGUAÍ-RS.